Recentemente noticiaram na mídia nacional
uma considerável redução nas renovações de Carteiras Nacionais de Habilitações
nas categorias “C,D e E” e nas procuras por novas habilitações nestas
categorias profissionais. Anunciou-se em contrapartida, um copioso acréscimo de
trocas destas categorias, para a categoria “B”. Tudo isso, segundo as
reportagens, se deve a mais nova exigência do CONTRAN, ou seja, as realizações
de exames toxicológicos (RIAH) por parte dos candidatos a motoristas
profissionais.
Confesso que num primeiro momento me veio à
preocupação com os inúmeros desempregos que isto acarretaria e as decorrências
desta nova cobrança, como a redução de veículos de cargas transportando
mercadorias e de veículos coletivos transportando passageiros por todo o País.
Mas em seguida compreendi que esta mesma medida, aparentemente exorbitante,
estaria trazendo por outro lado muito mais segurança para o trânsito, uma vez
que nos livraria significativamente dos maus profissionais, justamente aqueles
que estariam muito mais propensos a se envolverem em desastres de trânsito,
pelo uso de entorpecentes e direção.
Então, se a Resolução do CONTRAN que trata
deste assunto foi entendida pelos legisladores e autoridades responsáveis pelo
trânsito, como uma ação positiva na busca por um trânsito mais seguro, porque
não estender a exigência para as categorias “A e B” destinadas à condução dos
demais veículos que fazem parte do mesmo trânsito?
Coerente então, diante da circunstância apresentada
no parágrafo anterior, seria estabelecer esta mesma requisição para todas as
categorias de habilitações, o que nos permitiria entender que os legisladores,
verdadeiramente estariam em busca de um trânsito sem discriminações e menos
violento de fato. Esta medida chegaria à
boa hora e resolveria o grave problema de dirigir sob o influxo de substâncias
psicoativas, já que a outra, de dirigir sob a influência de álcool, os
legisladores souberam muito bem apertar o cerco, através da redação dada
recentemente ao Artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro.
Resolvido então os problemas do nosso
trânsito, com a adoção obrigatória do exame toxicológico para os condutores de
todos os veículos que fazem parte do nosso trânsito, tenho a mesma convicção
que ele, o RIAH, faria um abissal sucesso nas vidas de cada um de nós, se
adotado como critério igualmente obrigatório para o preenchimento de vagas de
empregos em geral e para o exercício de quaisquer profissões no Território
Nacional. Imagine uma sociedade inteira
livre dos malefícios das drogas e de toda violência que dela provem.
Neste contexto não vislumbro nenhum
contrassenso em implantar esta regra como indispensável, já que a sociedade em
quase sua totalidade aceita com normalidade e tolerância às investidas do
“Estado” sobre o álcool, nas ofensivas contra bebidas e direção, nas investidas
contra o fumo e o hábito de fumar em lugares públicos e as intromissões de toda
ordem em nossas vidas, feitas quase que diariamente pelos legisladores de
Brasília, ora criando mais impostos, noutras modificando leis trabalhistas e
nos atribuindo mais e mais obrigações até que nos tornemos escravos...
Portanto, cabe exclusivamente aos deputados
federais e senadores da república, tomarem esta iniciativa de levar adiante a
ideia. Mas isto, se eles realmente estiverem preocupados e comprometidos em
combater e impedir o avanço da violência, da criminalidade e da drogadição no
País, pois as estatísticas denunciam que as drogas e a criminalidade estão cada
vez mais próximas e já caminham de mãos dadas entre nós. Como se trata de uma
medida para restringir drasticamente o uso de substâncias ilícitas, portanto
proibidas no Brasil, não haveria da mesma forma, empecilhos legais para sua
adoção no País. E o RIAH neste particular, encaixaria como uma luva na redução
destes tristes índices.
Eis então o antídoto para a violência, a
solução para os graves problemas de segurança exaustivamente debatidos pela
sociedade e nunca alcançada por nossos políticos e autoridades no assunto... E
melhor, sem o emprego de força, armas ou violência...
Pensem isso!
OBS: RIAH é o Exame Toxicológico de Larga
Janela de Detecção para o uso de Drogas, originalmente pesquisado em meados dos
anos 80, pela Marinha de Guerra Americana – US.
Walter Luiz Ferreira – Escritor e Técnico em Segurança Pública
Walter Luiz Ferreira – Escritor e Técnico em Segurança Pública
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