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BALADA SEGURA...


   Numa noite destas de janeiro de 2014, quando deslocava do Arroio Grande em direção ao centro de Santa Cruz do sul, logo após ter passado por uma operação denominada “Balada Segura”, deparei-me com três jovens na calçada fumando e compartilhando algo parecido com um cachimbo que provavelmente estava recheado com substâncias ilícitas.

   Como não faziam questão alguma de se esconderem, naquele instante, me veio à mente que ao contrário dos motoristas que estavam sendo fiscalizados na tal “Balada Segura”, os usuários de drogas que povoam como “zumbis” muitas ruas das cidades brasileiras, que nada produzem além da violência nutridas por seus vícios, é que passaram a ser defendidos pelos atuais governos e políticos que criam leis e mais leis em suas defesas. Esta gente anda cada vez mais livre, leve e solta enquanto as demais, apavoradas com tudo isso se fecham em seus casulos sem saber o que fazer e nem a quem recorrer.

   Muitos dos leitores sabem que toda pessoa que utiliza algum tipo de droga ilícita, se torna potencialmente propenso a cometer alguma ação igualmente ilícita, capaz de causar danos por vezes irreversíveis noutros seres humanos, como por exemplo, matar para roubar e sustentar seu vício, estuprar, etc. Bem ao contrário de quem ingere pequena quantidade de bebida alcoólica com o intuito de ficar mais alegre, se divertir e depois dirigir com segurança seu veículo no retorno pra casa, após um almoço, um coquetel ou jantar.

   Diante desta situação não pude deixar de imaginar, que nas fiscalizações efetuadas pelos integrantes da “Balada Segura”, mesmo sendo realizadas com as melhores intenções e no cumprindo da Lei em vigor, possivelmente algum pacato cidadão dentre os fiscalizados, passaria por uma situação de constrangimento pelo simples fato de não concordar em assoprar o bafômetro, uma vez que não mais existi uma tolerância “capaz de separar o joio do trigo”. Pois esta sua negativa em sua defesa, iria lhe proporcionar uma multa de R$ 1.915,00, uma possível apresentação na delegacia e depois ainda quem sabe, fazer parte das estatísticas apresentadas nas páginas dos jornais do dia seguinte, como mais um “bêbado” ao volante que fora retirado de circulação graças a “Lei Seca”. Lei esta que deve ter sido criada por algum gênio dos novos tempos, que certamente anda confortavelmente com motorista particular pago com dinheiro oriundo de nossos impostos.

   Vejam que isso que citei acontece ao cidadão que se nega assoprar o bafômetro, mesmo que ele tenha ingerido tão somente, uma latinha de cerveja, um cálice de vinho ou uma taça de espumante junto aos amigos ou familiares.

   Pra indignar um pouco mais, a operação que me referi, aconteceu nas proximidades do Quartel do Exército, bem longe da concentração de motoristas que certamente contestariam qualquer tipo de fiscalização, ali nas cercanias do Monumento do Imigrante na R. Galvão Costa onde se encontram quase todas as noites e ficam até o amanhecer, escutando seus altos sons, gritando, dando gargalhadas, bebendo e etc e tal e depois, deixam tudo sujo e vão embora tranquilamente com suas carangas e motos. Alguns ainda aproveitam da bonança do amanhecer pra fazer alguns “pegas”, como foi divulgado na mídia recentemente. E tudo isso, sem serem incomodados...

   Assim meus amigos e amigas, mais uma vez os pacatos cidadãos que carregam sobre os ombros a maior carga tributária do planeta, no final da história é que pagam o pato. O pior de tudo isso é que muita gente despercebida da realidade dos fatos, ainda aplaude a tudo isso, só não sei até quando aguentarão o tirão.

   Por isso minha gente, enquanto não retornar a tolerância para o Álcool, o “drogômetro” não for utilizado juntamente com o “bafômetro” e as “operações de fiscalização de trânsito” não ocorrerem onde os fatos acontecem, continuarei questionando:

   - Balada Segura, Será Mesmo?





  


Comentários

  1. Li esse artigo quando saiu na gazeta do sul e concordo com cada vírgula, é tudo que sempre digo... O sujeito que degusta um vinho em uma janta está sujeito às mesmas penalidades que um babaca totalmente alcoolizado.

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  2. Exatamente isso que está acontecendo... Visite o Blog e se gostar de outros textos, comente com seus amigos. Muito Obrigado!

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