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A função paterna no combate às drogas

  O consumo de drogas principalmente entre os jovens vem aumentando e hoje é sem dúvida, uma das maiores preocupações das famílias e por que não dizer, de toda a sociedade brasileira. É muito comum nos dias de hoje, filhos serem criados somente pela figura feminina representada pela mãe ou avó, visto que o abandono dos filhos por parte dos pais é grande. Também existem aqueles pais que mesmo presentes no dia a dia das crianças, não exercem a função paterna como deveriam, ou seja, através de bons exemplos e limites.

  O hábito de consumir drogas está diretamente voltado à ausência da função paterna representada pela imposição de limites e regras. Esta é, pelo menos, a conclusão do psiquiatra Mauricio Miguel Gadbem, após estudo feito com usuários compulsivos de substâncias psicoativas, drogas e álcool.

  Segundo o psiquiatra, o uso da droga é um artifício para driblar a falta de identidade e de maturidade. Ele também defende que o individuo adquire suas potencialidades a partir da noção de limites. Por falar em limites, é algo que realmente está faltando na educação das crianças e adolescentes, não só por falta de vontade ou por desconhecimento dos pais, mas também por influências de filmes, novelas e programas transmitidos pela televisão, que não se preocupam em transmitir a importância da família nos segmentos da sociedade, passando somente uma ideia erronia de cafonice aos comportamentos corretos desenvolvidos dentro do respeito às pessoas e as regras sociais.

  “Todo o bebê é onipotente e começa a se dar conta da realidade quando aprende as regras para viver em sociedade. Geralmente quem apresenta essa realidade é o pai”, diz Mauricio.
Havendo falhas nesse processo, o individuo continua enxergando o mundo de maneira onipotente e o uso de drogas é uma das formas de manifestação dessa onipotência, garante o psiquiatra.
  “Usuários de drogas são em geral filhos de pais mortos, separados, incapacitados ou igualmente dependentes de drogas”, acrescenta o profissional.

  Este estudo foi realizado nos últimos dez anos, e sustenta o psiquiatra, que todos os pacientes pesquisados usuários de substância psicoativas, apresentavam a ausência da função paterna. Diante desta realidade, garante Mauricio, o resgate dessa função é fundamental no tratamento da dependência.
E ainda, segundo o pesquisador, esse resgate é possível em qualquer idade desde que o paciente não desista do tratamento e não tenha atingido um grau de psicose.

  A ausência da função paterna também pode apresentar outras manifestações, como prática de pequenos ou grandes delitos, a incapacidade de criar vínculos seguros, o narcisismo, o comportamento evasivo e o comportamento sexual irregular.

  Como se pode observar, uma família bem estruturada pode evitar vários problemas, mas devemos também considerar que existem muitas pessoas que foram criadas sem a figura paterna e mesmo assim não desenvolveram maus hábitos, o que nos remete a considerar que esta função pode ser exercida por outras pessoas e que também há vários outros fatores importantes na formação do caráter dos seres humanos.

Agora, cabe aos pais e a todas as pessoas com a incumbência de educar crianças e adolescentes, a responsabilidade de observar e ao notar qualquer mudança de comportamento ou manifestações semelhantes às aqui referenciadas, procurar ajuda profissional o quanto antes, sob pena de ser tarde demais.

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